A Crise Humanitária em Gaza: Um Grito por Socorro

Introdução

A atual crise humanitária em Gaza é uma tragédia de proporções devastadoras que tem impactado não apenas a região, mas todo o mundo. As palavras do diretor da Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA), Philippe Lazzarini, ecoam como um grito por socorro diante de uma situação inimaginável. Gaza está enfrentando um nível de destruição sem precedentes, e a tragédia humana que se desenrola diante de nossos olhos é simplesmente insuportável.

Deslocamento Forçado e Mortes Desnecessárias

Apesar das ordens das autoridades israelenses para que metade da população de Gaza se deslocasse para o sul, muitos gazatíes encontraram a morte enquanto buscavam refúgio. O próprio diretor Lazzarini ressalta que "nenhum lugar é seguro em Gaza." Este deslocamento forçado resultou em mais de 670.000 pessoas abarrotadas em escolas e porões da UNRWA, uma situação desesperadora que clama por uma ação imediata.

O impacto desta crise é sentido de maneira avassaladora pelas crianças e mulheres, que representam quase 70% das mortes relatadas. Mais de 3.200 crianças perderam a vida em Gaza em apenas três semanas, superando o número de crianças mortas anualmente em todas as zonas de conflito do mundo desde 2019. É inadmissível que essas tragédias sejam consideradas meros "danos colaterais."

Situação Humanitária Precária

A situação humanitária na Faixa de Gaza é sombria. Medicamentos, água, alimentos e combustível estão se esgotando rapidamente, e o desespero levou milhares de pessoas a saquearem armazéns e centros de distribuição de ajuda da UNRWA. A crise é tão severa que coloca em risco a continuidade das operações da maior agência da ONU em Gaza e a chegada de ajuda humanitária vital à população.

O impacto dessa crise se estende ao pessoal da UNRWA, que enfrenta desafios esmagadores e perdas pessoais enquanto continua a cumprir seus deveres humanitários. O mundo inteiro olha para eles como um raio de esperança em meio à escuridão.

Outra Crise em Cisjordânia

Enquanto Gaza se encontra no centro das atenções, não podemos ignorar que outra crise está se desenrolando em Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental. O número de palestinos mortos este ano é o mais alto desde que a ONU começou a registrar em 2005, com pelo menos 115 palestinos mortos desde 7 de outubro, incluindo 33 crianças. Restrições de circulação em toda a Cisjordânia afetam os serviços essenciais, como escolas e centros de saúde, e a situação na fronteira entre Israel e Líbano se deteriora com disparos regulares e vítimas civis.

Um Chamado à Ação

A diretora executiva do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), Catherine M. Russell, enfatiza que o verdadeiro custo dessa escalada de violência será medido em vidas infantis. Mais de 420 crianças estão sendo mortas ou feridas em Gaza a cada dia, uma estatística alarmante que deve nos tocar profundamente.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) em Gaza relatou 34 ataques contra instalações de saúde, incluindo 21 hospitais, e 12 deles não podem mais operar. Além disso, mais de 221 escolas e 177.000 casas foram danificadas ou destruídas, e a água potável está se esgotando rapidamente, com mais de 55% das infraestruturas relacionadas precisando de reparos.

Conclusão

A situação em Gaza é desesperadora, e as condições são cada vez mais perigosas. As vidas de milhares de crianças e civis estão em risco. A resolução do Conselho de Segurança é essencial para pôr fim a essa espiral de violência e garantir um acesso seguro e ininterrupto à ajuda humanitária.

A população de Gaza não pode esperar mais. Precisamos agir com urgência e lembrar a todas as partes de suas obrigações sob o direito internacional. O mundo inteiro deve se unir para trazer alívio a essas pessoas que enfrentam circunstâncias traumáticas inimagináveis. As crianças não merecem menos, e é nossa responsabilidade agir em prol da paz e da humanidade.